Numa sala, eu peguei um baralho e comecei a montar um castelinho com as cartas. Estava ficando bem bonitinho, ordenado, parecia até bem sólido, pensei que nada poderia derrubar aquele castelinho apesar de tudo.
Dai veio alguém, abriu a porta, entrou e bateu ela com tanta força que tudo estremeceu e o meu castelinho foi ao chão.
Eu comecei a montar meu castelinho novamente, dessa vez, com menos ânimo. Mas eu estava lá, dia e noite montando o maior castelinho de todos os tempos o qual ninguém jamais derrubaria.
Um descuido.
Um castelinho ao chão novamente, junto com meu ânimo.
E isso de novo.
Over and over again.
Agora, eu tranquei a porta e não deixo ninguém entrar nessa sala. Algumas pessoas batem à porta, mas eu não abro, porque as pessoas são más e podem querer derrubar meu castelinho como já aconteceu milhares de outras vezes.
Algumas o derrubaram sem a intenção e me consolaram com um pedido de desculpa. Outras disseram que a intenção era mesmo essa, já que sabiam que esse castelinho era tudo o que eu tinha. Então tranquei e não abri mais a porta.
Algumas pessoas são insistentes, e eu, vencida pelo cansaço, abri a porta, essas não derrubaram o castelo, e ao contrário, me ajudaram a torná-lo cada vez maior.
Até que alguém foi lá e boom! levou meu castelinho ao chão, pisou nas cartas e saiu.
Devo eu continuar tentando montar meu castelinho de cartas sabendo que a qualquer momento alguém pode destruí-lo novamente, ou devo desistir?
Isso é a vida? Você tentar de forma inocente montar seu castelinho e qualquer babaca chegar e destruí-lo, sem mais nem menos?
(Essa é a fragilidade da vida. Acho que isso se aplica em todas as áreas da minha vida, fazendo com que eu perca oportunidade de conhecer pessoas lindas, fazendo com que eu me afaste das pessoas que não derrubaram meu castelinho, com medo de que isso aconteça.)