Sem Título #011

Sabe se sentindo um lixo? Prazer, essa sou eu!
Vontade imensa de colocar uma mochila nas costas e um bilhete na porta da geladeira dizendo que talvez eu volte.
Vontade na verdade de fugir das pessoas, dos problemas, dessa vida que eu não gostaria que fosse minha. O que é um pouco contraditório porque eu estou exatamente onde eu sempre quis estar, onde eu lutei para chegar e consegui, e agora eu descobri que talvez não seja isso que eu quero, tarde demais.
A parte mais difícil de tudo nessa vida e saber o que realmente nos faz feliz, porque isso dói, dói muito porque antes de saber o que nos agrada temos que experimentar de tudo, até mesmo as coisas ruins, que só descobrimos que são ruins depois de sentir o gosto amargo, que às vezes custa ate sair da boca. Isso nos deixa com uma cara feia, de constante tristeza. E só sai completamente quando experimentamos algo doce.
Algumas pessoas são julgadas por nunca dar um sorriso, ou dizer uma palavra de conforto com certa doçura, mas o que acontece na verdade, é que o gosto amargo de uma situação permaneceu na vida dela e ela parou de buscar por algo doce, talvez pelo medo de tentar e novamente encontrar algo tão amargo quanto o gosto que já está em sua boca. Isso sim dói.
Esse é um problema meu, eu tenho medo de tentar outra coisa que me tire o gosto ruim e me deixe com os lábios doces novamente. Eu sou medrosa e todas as vezes que segui adiante foi com medo e dizendo que eu não conseguiria, mas sempre seguindo, e quando eu vejo, pronto, já cheguei. Perdi a parte que mais me seria útil nisso tudo, o percurso, enquanto eu poderia estar analisando as pedras do caminho e conhecendo-as pra da próxima vez que fizer aquele caminho elas serem menos duras, eu fiquei lamentando e dizendo que não conseguiria. E só no final de tudo eu me lembro de uma coisa que li por ai, que o mais importante em uma grande viagem não é o destino, é o caminho que temos que percorrer até chegar.

1 Jogaram tudo pro alto:

Ruiva disse...

Acho que super te entendo. Ando com uma vontade louca de virar poeira cósmica e sumir sem deixar rastro. Mas, quer saber, isso não vai resolver as questões na nossa cabeça. O melhor mesmo, apesar de todo medo (e eu sinto bastante medo) é seguir em frente. Ou voltar e fazer tudo de novo.
Como eu costumo dizer, enquanto há vida, há possibilidade.

Beijos.

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